A representação das classes populares e os percalços causados pela modernização em Usina, de José Lins do Rego

 

Palavras-chave: 

Usina, José Lins do Rego, Modernização, Classes Populares, Transformação, Perda

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo fazer uma análise do romance Usina (1936) – o último que constitui o chamado “ciclo da cana-de-açúcar” –, de José Lins do Rego, com base na relação entre ficção e história, manifestada em seu enredo principalmente a partir da representação da transição de um período tipicamente agrário para outro baseado no avanço tecnológico e na modernização da casa grande. A hipótese é que tal modernização, visando sempre ao lucro e à aquisição de um nível econômico superior, causa inúmeros percalços, sobretudo na vida dos menos favorecidos, pertencentes às classes populares. As condições precárias dos negros recém-libertos, dos trabalhadores da usina e das mulheres denunciam as consequências de um avanço industrial colocado em prática sem o devido planejamento. A problemática é apresentada a partir da perspectiva da crítica dialética de Antonio Candido, que defende a fusão entre texto e contexto, observando como este passa a constituir a estrutura interna da obra. Conclui-se que, por meio da implantação da usina Bom Jesus, a matéria principal do romance é a transformação do homem e das relações humanas, e que os desajustes causados por essa pseudomodernização, possibilitados pela ambição do personagem Dr. Juca, dialogam bastante com o contexto histórico vivenciado no Brasil das primeiras décadas do século XX, em especial com as transformações políticas, econômicas e sociais dos anos de 1930, ocorridas no governo do presidente Getúlio Vargas.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Kedma Janaina Freitas Damasceno, Universidade Federal do Ceará

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestra em Literatura Comparada pela mesma universidade, com a pesquisa A Vanguarda Concretista no Contexto da Literatura Cearense. Graduada em Letras Português/Literatura pela Universidade Federal do Ceará.  Integra o Grupo de Estudos de Literatura, Tradução e suas Teorias - GELTTE/UFC/CNPq e o Núcleo Antonio Candido de Estudos de Literatura e Sociedade.

Elayne Castro Correia, Universidade Federal do Ceará

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestra em Letras pela Universidade Federal do Ceará (PPG Letras-UFC). Área de concentração: Literatura Comparada. Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Sua pesquisa tem ênfase nas literaturas e críticas latino-americanas, em especial a literatura peruana. Integrante do GELTT - Grupo de Estudos de Literatura e Tradução e suas Teorias, coordenado pela professora Roseli Barros Cunha. Professora da rede de ensino básica. 

Gabriela Ramos Souza, Universidade Federal do Ceará..

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras: Literatura Comparada da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela UFC.

REFERÊNCIAS

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