Nos últimos anos, muçulmanos vêm sendo alvo de ataques violentos em países asiáticos como Mianmar (também conhecido por Birmânia), Sri Lanka e Tailândia, onde a população segue predominantemente o budismo. Essa onda de “fundamentalismo budista” parece emergir juntamente com uma forma de nacionalismo que associa diretamente a identidade nacional ao budismo. Este artigo pretende compreender as condições do surgimento desse fenômeno especificamente em Mianmar, ex-colônia britânica que foi governada por uma junta militar de 1962 a 2011 e que passa, desde então, por um processo de transição democrática. Esse cenário de instabilidade política propiciou a ascensão de organizações radicais budistas, como o grupo 969, formado por monges budistas munidos de um discurso claramente anti-islâmico. É um quadro em que mudanças no âmbito político são interpretadas por uma chave religiosa devido às características históricas da relação entre a religião e os governantes no país e do vínculo histórico criado entre o budismo e a identidade nacional birmanesa.
BIOGRAFIA DO AUTOR
Paula Carolina de Andrade Carvalho, ELFCH - Unifesp
Mestranda em História da Ásia do Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-UNIFESP)
Fundamentalismo budista: história e caso do grupo 969 em Mianmar
Reviewed by Escrita da História
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janeiro 01, 2024
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