Inconstância, ausência e paradoxo na política para o livro no Estado Novo português

  • Nuno MedeirosInstituto Politécnico de Lisboa (IPL) e Universidade Nova de Lisboa (UNL).
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RESUMO

 Neste artigo procura-se entender a dúplice forma como o Estado Novo em Portugal lidou com o livro como objecto de acção política. As tentativas de enquadrar o livro como alvo de promoção no sentido de um apoio efectivo e da adopção de medidas correctivas das disfunções do mercado, próprias de uma matriz contemporânea e aberta de sistemas políticos e sociais desenvolvidos, nunca terão verdadeiramente existido durante o período autocrático. Com efeito, desde o seu começo até meados da década de 1950 o regime hesitou entre fórmulas – isoladas – de suporte à edição e à leitura, que não pôde ou não quis consolidar, e opções tendentes a conseguir arregimentar agentes do livro (sobretudo editores e autores) à nunca concretizada literatura oficial do Estado Novo, e que obedecesse aos seus pressupostos. O caminho trilhado parece ter sido, a partir de dado momento, essencialmente o da repressão ao livro, pautando o poder a sua actuação pela ausência de propostas de fomento do mercado editorial e livreiro como as que se verificaram noutros contextos nacionais, inclusive ditatoriais.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Nuno Medeiros, Instituto Politécnico de Lisboa (IPL) e Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Professor de sociologia na Escola Superior de Saúde de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa. Pesquisador em sociologia e história na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
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