Na política e "Depois da política": considerações a partir da memorialística de Gilberto Amado
RESUMO
Gilberto de Lima Azevedo Souza Ferreira Amado de Faria era primeiro de quatorze filhos de Ana de Lima Azevedo de Sousa Ferreira e Melchisedech de Sousa Amado. Nasceu em Sergipe, em 7 de maio de 1887 e morreu no Rio de Janeiro, em 1969. Atuou como professor, escritor, político, jornalista e jurisconsulto. Na década de 1950, Amado escreveu cinco livros de memórias que, nas suas palavras, tinham a finalidade compreender “uma vida em seus múltiplos desenvolvimentos”[1]. Os livros Presença na Política (1958) e Depois da política (1960) narram sua participação como político na República Velha e sua vida em fins de carreira política, pós Revolução de 1930, quando a política da República Velha é atacada e Amado tem seu prestígio político abalado, mas ainda assim, consegue ser diplomata e ministro de carreira no governo de Getúlio Vargas. Este texto objetiva, a partir da problematização dos livros acima citados, discutir as imagens construídas pela literatura memorialística de Gilberto Amado acerca de sua participação política e movimentação intelectual .
[1] AMADO, Gilberto. Depois da Política. Rio de Janeiro: José Olympio, 1960, p. 195. A série de seus livros de memórias é constituída por cinco volumes, organizados de forma linear: História de Minha Infância (1954), Minha Formação no Recife (1958); Mocidade no Rio e Primeira Viagem à Europa (1956) Presença na Política (1958), Depois da política (1960).