As mulheres dos olhos d’água: representações identitárias do feminino negro na obra de Conceição Evaristo
Palavras-chave:
Feminino Negro; Resistência; Representatividade.RESUMO
A presente pesquisa possui como objeto de estudo a representatividade das personagens negras nos contos Olhos D’Água, Ana Davenga, Duzu-Querença, Maria e Quantos Filhos Natalina teve? escrito pela autora Conceição Evaristo. Nessa conjuntura, tem-se como objetivos geral destacar as subjetividades impelidas pelo protagonismo das mulheres em situação de vulnerabilidade social e violência. A metodologia baseou-se na descrição qualitativa das reflexões das protagonistas sobre o feminino negro aparado nas teorias de Kilomba (2019), Castro (2021), Souza (2021) entre outros autores que compuseram a análise das nuanças em que a ficção crítica e social pressupõem acerca da representação das mulheres negras na literatura contista. Portanto, as obras supracitados ampararam-se em uma composição literária que ao mesmo tempo em que destacou as protagonistas negras, também serviu-se do papel de denúncia e crítica social das mazelas presentes no subúrbio brasileiro que afligem, sobretudo, o público feminino, tornando-as retratos da realidade palpável e sentida por milhares de corpos e mentes femininas anônimos e vítimas oprimidas, segregadas social e politicamente nos âmbitos periféricos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. 264 p.
AZEVEDO, Natanael Duarte; MELO, Iran Ferreira de. A Construção do Feminismo em “Olhos D’Água”, de Conceição Evaristo: uma análise de Performances Pós-Identitárias do Gênero. Línguas & Letras, v.18, n.40, 12 dez. 2017, p.101-111. Disponível em:< https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/17144>. Acessado em: 05 dez. 2023.
BASÍLIO, Esdra. Olhos D’Água de Conceição Evaristo e o Feminismo Decolonial. Revista Discente Ofício de Clio, v.6, n.11, jul./dez. 2021, p.37-56. Disponível em:< https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/CLIO/article/view/22138>. Acessado em: 11 jan. 2023.
CASTRO, Giovana de Carvalho. E eu (ainda) não sou uma mulher? Gênero, interseccionalidade e silêncio racial. Revista Em Pauta, Revista da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n.47, v.19, 2021, p.170-183. Disponível em:< https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/view/56086>. Acessado em: 05 jan. 2023.
EVARISTO, Conceição. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Revista Palmares, set. 2005ª, p.52-57. Disponível em:< https://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2011/02/revista01.pdf>. Acessado em: 05 jan. 2023.
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. Z Cultural - Revista do Programa Avançado de Cultura Contemporânea, Rio de Janeiro, agost. /2005b, p.1-3. Disponível em: < http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/da-grafia-desenho-de-minha-mae-um-dos-lugares-de-nascimento-de-minha-escrita/>. Acessado em: 06 jan. 2023.
EVARISTO, Conceição. Olho D’Água. 1.ed. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2016. 116 p.
GONZALEZ, Lélia; HANSENBALG, Carlos. Lugar do negro. v.3, Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982. 115 p. (Coleção 2 pontos). Disponível em: < https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/lc3a9lia-gonzales-carlos-hasenbalg-lugar-de-negro1.pdf>. Acessado em: 11 jan. 2023.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação – episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira, Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019. 244 p. Disponível em:< https://www.ufrb.edu.br/ppgcom/images/MEMORIAS_DA_PLANTACAO_-_EPISODIOS_DE_RAC_1_GRADA.pdf>. Acessado em: 05 jan. 2023.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-americanas. Colección Sur Sur, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, set. 2005. p.107-130. Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf>. Acessado em; 08 jan. 2023.
LIMA, Alyne Barbosa. Olhos D’Água, de Conceição Evaristo: memória e ancestralidade para agencia do feminino negro. Dissertação (Mestrado) –Universidade Federal de Uberlândia, Pós-Graduação em Estudos Literários, Uberlândia, 2022. 128 p. Disponível em:< https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/34088/3/OlhosD%C3%A1guaConcei%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acessado em: 10 jan. 2023.
MELO, Henrique Furtado de; GODOY, Maria Carolina de. Escrevivência e produção de subjetividades: reflexões em torno de “Olhos D’Água”, de Conceição Evaristo. Signótica, Goiânia, v.28, n.1, jan./jun. 2016, p.23-42. Disponível em:< https://revistas.ufg.br/sig/article/view/38912/24726>. Acessado em: 05 jan. 2023.
PALMEIRA, Francineide Santos. Escritoras negras e representações de insurgência. Seminário Internacional Fazendo Gênero 9: diásporas, diversidades, deslocamentos. Anais do Seminário Internacional Fazendo Gênero 9: diásporas, diversidades, deslocamentos, Florianópolis-SC: Universidade Federal de Santa Catarina, 2010, p.1-13. Disponível em:< http://www.fg2010.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1278265153_ARQUIVO_FrancineidePalmeiraFG9.pdf>. Acessado em: 07 jan. 2023.
SANTOS, Vivian Matias dos Santos. Notas desobedientes: decolonialidade e a contribuição para a crítica feminista à ciência. Psicologia & Sociedade, 2018, p.1-11. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/psoc/a/FZ3rGJJ7FX6mVyMHkD3PsnK#:~:text=Este%20escrito%20busca%20compartilhar%20reflex%C3%B5es,a%20cr%C3%ADtica%20feminista%20%C3%A0%20ci%C3%AAncia.>. Acessado em: 08 jan. 2023.
SOUZA, Rodrigo Nunes de. Olhos d’Água e as insubmissas lágrimas de Conceição Evaristo: marcas de violência em contos afro-brasileiros. Frontería, Foz do Iguaçu, v.1, n.1, agost. /dez. 2020, p.140-163. Disponível em: < https://revistas.unila.edu.br/litcomparada/article/view/1991#:~:text=Esse%20artigo%20destaca%20como%20a,2014)%20e%20Insubmissas%20l%C3%A1grimas%20de>. Acessado em: 06 jan. 2023.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. 1.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. 171 p.
WOLFF, Cristina Scheibe. Pedaços de alma: emoções e gênero nos discursos da resistência. Estudos Feministas, Florianópolis, v.23, n.3, set./dez. 2015, p.975-989. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/ref/a/Zpx7zFsc8cdWv7K68bC5bJf/abstract/?lang=pt>. Acessado em: 06 jan. 2023.