Império, família e poder: os “ilustres membros” do Conselho de Presidência do Maranhão (1825-1829)
RESUMO
Em meio às discussões sobre um novo modelo de governo para o Brasil, a Assembleia Constituinte de 1823 definiu preliminarmente alguns parâmetros para delinear os novos espaços políticos de discussão e negociação do emergente Estado. A criação do Conselho de Presidência, a partir da Carta de 20 de Outubro de 1823, chama a atenção por inaugurar o âmbito de poder provincial e vinculá-lo diretamente à principal autoridade representante do Executivo imperial, o presidente de província. Formadas por seis conselheiros, essas instituições atuaram nas capitais provinciais e reuniram políticos de representatividade local/provincial, bem como figuras notórias daquele período. Na província do Maranhão, a instituição foi chamada regularmente de Conselho Presidial, e suas decisões repercutiram ao longo dos anos nas principais folhas impressas que tratavam da vida política da província. Por sua vez, as atas desse Conselho desvelam as trajetórias, os entrelaçamentos familiares, as negociações e os conflitos de vários políticos “da terra” que marcaram o cenário sociopolítico do Maranhão nos primeiros anos pós-independência. A partir desse conjunto documental, o presente artigo se propõe a analisar o grupo de conselheiros de presidência atuantes no Maranhão e sua participação no processo de estruturação do governo provincial e, por conseguinte, do Império.