O ateísmo em Freud: uma produção da modernidade para além do ceticismo
RESUMO
Este artigo, de perfil monográfico, interroga os sentidos atribuídos à religiosidade e, sobretudo ao ateísmo, sob a luz dos escritos de Sigmund Freud. Para este autor, considerado o “pai da psicanálise”, a religiosidade apresenta-se como expressão inconsciente de uma relação com a autoridade paterna, pautada no Complexo de Édipo. Este artigo, inserindo a reflexão de Freud nas balizas epistêmicas de uma modernidade que destrona a metafísica em favor da racionalidade e da ciência, postula a hipótese de que o ateísmo, em sua vida e seus escritos, porta a especificidade de não reduzir-se a uma leitura ufanista da razão, nem apenas à ótica do ceticismo crítico, mas também aponta para uma condição humana simultaneamente limitada e criativa.
Palavras-chave: Freud, religiosidade, ateísmo, cultura.