O mar, o leviatã e os selvagens: o discurso épico na forma literária de Moby-Dick, de Herman Melville.

 

• Gabriel Francalanci PessoaPontifícia Universidade Católica do Rio de Janeirohttps://orcid.org/0000-0003-3767-4933
• •  PDF

Palavras-chave: 

Romance, Epopeia, Moby-Dick, Herman Melville, Modernidade, Século XIX

RESUMO

 Este artigo apresenta uma análise da presença de elementos do gênero épico na estrutura literária do romance Moby-Dick. Primeiro será investigado o modo pelo qual o conceito “totalidade épica” se consolidou na crítica moderna desse gênero, para depois se analisar as diversas formas de manifestação dessa ideia de totalidade dentro do romance, articuladas aos temas do oceano, da baleia e dos selvagens.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Gabriel Francalanci Pessoa, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Mestre em História pelo Programa de História Social da Cultura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Graduado em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria da História e Literatura, atuando nos seguintes temas: literatura oitocentista norte-americana, formação do romance moderno, história intelectual.

REFERÊNCIAS

MELVILLE, H. Moby-Dick. (Trad. Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza). São Paulo: Cosac Naify, 2016

________. (Third Norton Critical Edition, Ed. Hershel Parker). New York: W. W. Norton & Company, 2018.

AUERBACH, E. Mímesis A representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013.

BARBOUR, J. The Composition of Moby-Dick. In: American Literature, v. 47, n. 3, 1975, pp. 343-360.

BAKHTIN, M. “Epos e Romance (Sobre a Metodologia do Estudo do Romance)”. In: Questões de Literatura e Estética. São Paulo: Hucitec-Unesp, 1998, pp. 397- 428.

CERTEAU, M. “Montaigne's ‘Of Cannibals’: the savage ‘I’”. In: Heterologies (transl. Brian Massumi). Minneapolis: University of Minessota Press, 2000, pp.67-79.

CLARK, M. “Blending Cadences: Rhythm and Structure in ‘Moby-Dick’”. In: Studies in the Novel, 1976, pp. 158-171.

COHEN, M. “Chronotropes of the Sea”. In: MORETTI, F. The Novel (vol. 2: forms and themes). New Jersey: Princeton University Press, pp. 647-666.

ELDRIDGE, H. “Careful Disorder”: The Structure of Moby-Dick. In: American Literature, Vol. 39, No. 2, 1967, pp. 145-162

FRUSCIONE, Joseph. ‘What Is Called Savagery’: Race, Visual Perception, and Bodily Contact in Moby-Dick. In: Leviathan: A Journey of Melville Studies, 2008, v. 10, n. 1, pp. 3-24.

FRYE, N. Anatomy of Criticism: Four Essays. New Jersey: Princeton University Press, 1975

FUSILO, M. Epic, Novel. In: MORETTI, F. The Novel (vol. 2: forms and themes). New Jersey: Princeton University Press, pp. 32-64.

GALLAGHER, C. “The Rise of Fictionality”. In: Moretti (Org.). The Novel (Vol. 1): History, Geography and Culture. New Jersey: Princeton University Press, 2006, pp. 336-363.

GOETHE, J. “Tratado sobre a poesia épica e a poesia dramática (1797)”. In: BORIE, M.; ROUGEMONT, M.; SCHERER, J. Estética teatral, textos de Platão a Brecht (Trad. Helena Barbas). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996, p. 242-45.

HILBERT, B. ‘The Truth of the Thing: Nonfiction in Moby-Dick.’. In: College English, v. 48, n .8 (1986), 824-831.

KIENING, C. O sujeito selvagem: pequena poética do Novo Mundo. São Paulo: Edusp, 2014

LEWIS, R. “Melville on Homer”. In: American Literature, v. 22, n. 2, 1950, pp. 166-176.

LUKÁCS, G. Teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2006

MANN, T. “A Arte do Romance”. In: Travessia Maritima com D. Quixote. Rio de Janeiro: Zahar, 2014, pp. 132-147.

MORETTI, F. Modern epic: the world-system from Goethe to García Márquez (Transl. Quintin Hoar). London: Verso, 1996.

_______. MORETTI, F. “O século sério”. In: A cultura do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2009, pp. 823-63.

MONTAIGNE, M. “Sobre os Canibais”. In: MONTAIGNE, M. Ensaios. (Org. M. A. Screech, Tradução e notas de Rosa Freire d’Aguiar). Companhia das Letras, 2017, pp. 139-156.

OLSON, C. Call Me Ishmael. San Francisco: City Lights Books, 1947.

PARKER, H. “Sources and Influences on Moby-Dick.” In: MELVILLE, H. Moby-Dick. (Third Norton Critical Edition, Ed. Hershel Parker). New York: W. W. Norton & Company, 2018, pp. 501-510.

PETTEY, H. “Cannibalism, Slavery, and Self-Consumption in Moby-Dick”. In: BLOOM, H. (org.) Herman Melville's Moby Dick. New York: Infobase publishing, 2007, pp. 25-51.

RICE, J. ‘Moby-Dick’ and Shakespearean Tragedy. In: Centennial Review, 1970, v. 14, n. 4, pp. 444-468.

ROSENBERRY, E. ‘Moby-Dick’: Epic Romance. In: College Literature, v. 2, n. 3, 1975, pp. 155-170.

STERN, C. "Sounding the Whale: Moby-Dick as an Epic Novel". In: BLOOM, H. (org.) Herman Melville's Moby-Dick. New York: Infobase publishing, 2007, pp. 171-199.

STEWART, G. The Two Moby-Dicks. In: American Literature, 1954, v. 25, n. 4, pp. 417-448.

VANDERBEKE, D. Queequeg's Voice: Or, Can Melville's Savages Speak?. Leviathan: a Journey of Melville Studies, v. 13, n. 1, pp. 59-73, 2011.

VOGEL, D. The Dramatic Chapters in Moby Dick. In: Nineteenth-Century Fiction, 1958, v. 13, n.3, pp. 239-247.

WATT, I. Rise of the Novel: Studies in Defoe, Richardson and Fielding. Berkeley, University of California Press, 1957.

ZOELLNER. R. The Salt-Sea Mastodon: A Reading. Los Angeles: California University Press, 1973.