O [projeto de] anti-intelectualismo e desumanização das classes subalternas: o desmonte da política educacional no governo Bolsonaro

 

Palavras-chave: 

Desmonte, Política Educacional, Anti-Intelectualismo, Classes subalternas, Violação de Direitos Humanos

RESUMO

Este trabalho é fundamentado no método teórico-metodológico do materialismo histórico dialético, se configura como uma pesquisa qualitativa e de campo, desenvolvida no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAp-UFPE), à partir de um levantamento documental e bibliográfico, baseado em informações difundidas nas Plataformas do MEC do Portal da Transparência e entre outras, que, à partir da análise de conteúdo nos permitem fazer reflexões sobre a oferta de educação pública  vigente na contemporaneidade, evidenciando o processo de desumanização dos sujeitos, o desmonte e o desfinanciamento da política educacional ocorrida no Governo Bolsonaro e os danos trazidos à rede pública de ensino e à formação do cidadão, principalmente no curso da Pandemia de Covid-19 no estado de Pernambuco,  diante  do contexto de crise e do aumento da desigualdade educacional e social. Destacamos no texto elementos para compreender o avanço do conservadorismo, do neoliberalismo e das práticas que circundam o anti-intelectualismo, a violação do direito à educação e a desumanização. Além disso, descrevemos as ações de enfrentamento que foram desenvolvidas pela sociedade civil e pelo MTST de Pernambuco. Construímos reflexões sobre o apagamento da memória histórica, política, cultural e intelectual no âmbito educacional, com a pretensão escancarada de ampliar a segregação social e reproduzir naturalmente, de forma mais acentuada a exploração de uma classe sobre a outra, elemento que afeta diretamente as classes subalternas, pois estas dependem unicamente das instituições públicas de ensino para ter acesso à educação e ao desenvolvimento.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Renata Pereira da Silva Uchôa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Graduada em Pedagogia, UFPE. Acadêmica em Serviço Social, UFPE. Pós Graduada em Docência no Ensino Superior e Metodologias Ativas e Pós Graduanda em Educação Inclusiva - IFSULDEMINAS. Mestranda em Direitos Humanos UFPE.

Ana Maria de Barros, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Profa. Associada 2 da UFPE/CAA, Docente do PPGDH-UFPE/CAC – Pedagogia – UFPE/CAA, Coord. Do Laboratório Geografia  e História – CAA-UFPE, Vice- Líder do Grupo de Pesquisa: Educação, Inclusão Social e Direitos Humanos – UFPE/CNPq.

Flávia da Silva Clemente, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Assistente Social formada pela UFPE em 1998, Especialista em Saúde Pública pela FIOCRUZ em 1999. Mestra e Doutora em Serviço Social pela UFPE. Professora, em regime de dedicação exclusiva do Departamento de Serviço Social e do Mestrado em Serviço social (PGSS/UFPE). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Poder, Cultura e Práticas Coletivas (PPGSS/UFPE) e Sociedade Brasileira Contemporânea (PPGS/UFPE).

Daiana Ferreira de Almeida, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Estudante de Serviço Social da UFPE, Pesquisadora na área de Educação , com PIBIC na áre de Encarceramento em Massa e Integrante do PET Encontros Sociais UFPE.

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