Pós-modernidade, história e narrativa: alguns apontamentos sobre o círculo hermenêutico de Paul Ricoeur e sua relação com a narrativa historiográfica

 

  • Bruno dos Santos NascimentoUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)

RESUMO

O objetivo deste estudo consiste em problematizar alguns dos ataques sofridos pela história quanto a sua estrutura narrativa e epistemológica decorrentes de uma mudança paradigmática no interior do mundo ocidental contemporâneo. Tal mudança paradigmática é representada pela ideia de pós-modernidade e seus desdobramentos políticos, econômicos, sociais e científicos. No campo da história, a pós-modernidade se expressou pela “morte dos centros” e pelo “fim das metanarrativas”, pondo em seu lugar, as descontinuidades e uma imensa desconfiança quanto ao seu estatuto de veracidade. Pretendo ainda analisar, neste cenário, os conceitos cunhados pelo filósofo francês Paul Ricoeur que fazem confluência ao saber histórico no contexto do debate travado no final do século XX acerca da aproximação entre a disciplina histórica e sua dimensão tropológico-discursiva de caráter reducionista. O pensamento de Ricoeur nos servirá de base para uma discussão que vê o fazer histórico como uma dinâmica circular (círculo hermenêutico) e que confere sentido à narratividade específica da história, pois alia o tempo do vivido e o tempo narrado numa dialética conciliadora. Para tanto, utilizaremos sua obra clássica Tempo e Narrativa composta em três volumes entre os anos de 1983 e 1985. O pensamento de Ricoeur se constitui como proposta a uma nova racionalidade na ciência histórica. Uma racionalidade que põe o sujeito no âmago da construção do texto sobre a história e que por meio de uma ressignificação compreensiva modifica o próprio viver.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Bruno dos Santos Nascimento, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Graduando em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Membro do grupo de estudos em: História, Cultura Letrada e outras Linguagens (HILL).
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