Representações de gênero na obra Diva de José de Alencar
Palavras-chave:
Gênero, História, LiteraturaRESUMO
O romance Diva (1864), de José de Alencar, traz a história de Emília contada por seu pretendente, o narrador-personagem Dr. Augusto Amaral. Nessa obra, Alencar utiliza-se de adjetivações que nos levam a pensar a representação da mulher burguesa como uma flor animada, explicitando a ideia de beleza, delicadeza e elegância como uma idealização comum do “ser mulher”. José de Alencar também narra Dr. Amaral enquanto um homem racional, que observa e conquista o amor “domando” o comportamento de sua parceira. Dessa forma, a partir da História Política, História Cultural e a perspectiva dos Estudos de Gênero, este artigo busca compreender as representações do feminino e do masculino como construções que podem ser expressas e formuladas por meio da literatura. Pretende-se analisar o relato literário não de modo isolado, mas a partir de sua inserção nos debates existentes na segunda metade do século XIX no que diz respeito à redefinição do papel das mulheres letradas e de alta classe, levando em consideração os conflitos, tensões, interseções e o que seria o equilíbrio entre os gêneros.
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