É gente de todo canto e de toda gente: migração, urbanização e experiências de liberdade na São Paulo pós-abolição (1890-1940)

Fábio Dantas Rocha[1]

 

 DOI: 10.5281/zenodo.10701148



[1] É doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Obteve seu título de mestre em História pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP (2019). Graduou-se e licenciou-se em História pela mesma universidade. fabiodanrocha@gmail.com



Resumo

O presente artigo tem por objetivo discutir a relação entre as experiências de migração de ex-escravizados e de seus descendentes durante o pós-abolição e a tenção entre o mundo urbano e rural da cidade de São Paulo. Deste modo, o leitor poderá acompanhar ao longo do texto, um debate acerca do processo de migração da população egressa do cativeiro no Brasil. Num primeiro momento, a migração é apresentada como um conceito que deve levar em conto algo mais do que apenas o encadeamento de fluxos demográficos de um ponto do país para outro. Como se verá, migrar foi uma, dentre as muitas estratégias, que a população negra brasileira optou para a construção de sua cidadania. Opção, essa, abalizada por homens e mulheres que foram muito mais do que simples joguetes das conjunturas econômicas do Brasil republicano.

Aos poucos, a cidade de São Paulo aparecerá como cenário escolhido por muitas dessas pessoas negras – mas também por brasileiros brancos e imigrantes – para a luta pela concretização de projetos de vidas autônomos. São as experiências migratórias desses sujeitos que, conhecendo e testando os limites de suas possibilidades, matizaram a capital paulista. Souberam tencionar, com suas práticas rurais, o projeto modernizador urbano que a edilidade paulistana sempre quis impor.

 

Palavras-chaves:  Migração; São Paulo (cidade); Modernização; Pós-Abolição; Trajetórias de famílias negras; Brasil República

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