Ìrohìn: palavras e imagens das lutas negras contemporâneas
Mateus Oliveira Lopes[1]
Elson de Assis Rabelo [2]
[1] Graduado no curso de História na
Universidade Federal Fluminense e mestrando na mesma universidade. Foco de
estudos na área de História Moderna e Contemporânea, especialmente no que tange
ao tráfico transatlântico e tráfico intra-americano, seus efeitos e relações
sociais e econômicas no Brasil e na América Latina. Membro do Laboratório de
História Oral e Imagem (LABHOI-UFF). Atuou como bolsista nos projetos Raça,
produção intelectual e arquivos da incidência política negra na
redemocratização brasileira (1978-2001)” e "Niterói de Todas As Gentes:
Memória e Comunidades de Sentido Entre o Local e Global". Também atuou
como monitor voluntário na disciplina de América Colonial na Universidade
Federal Fluminense. Áreas de interesse: história colonial do Brasil e da
América Latina, especialmente no que se refere aos efeitos do tráfico nas
dinâmicas sociais e econômicas. mateus_lopes@id.uff.br
[2] Professor do Colegiado de Artes Visuais da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia. Foi bolsista Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga 2019-2020, com o Projeto de Recuperação do Acervo de Voltaire Fraga, em parceria com o Museu Afro-brasileiro da Universidade Federal da Bahia. Coordenou o Projeto Acervo Euvaldo Macedo Filho, de recuperação de acervo fotográfico, com apoio do Itaú Cultural. Fez estágio de pós-doutorado em História na Universidade Federal Fluminense. Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco, com estágio sandwich na Escuela Nacional de Antropología e Historia, na Cidade do México. Pesquisador do CNPq, com pesquisa sobre história da fotografia baiana, teoria da imagem, acervos fotográficos e fotografia dos movimentos sociais negros. Coordena o Grupo de Trabalho Cultura visual, Imagem e História (Anpuh) e participa da Red Latinoamericana de Historia de la Fotografía. Integra a Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico de Pessoas Escravizadas, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, do Governo Brasileiro.
Resumo
Neste texto, analisamos a atuação do jornal Ìrohìn, representante da imprensa negra
contemporânea, que foi publicado entre 1996 e 2009, incidindo politicamente
sobre as temáticas de interesse da população negra brasileira. Tomamos como
recorte as imagens fotográficas e a seleção dos temas mais recorrentes nas
edições do periódico, tais como o acesso à educação – de que o maior exemplo
foi a luta pelas cotas raciais nas universidades –, segurança, saúde, justiça,
representação política e produção cultural. Ao mesmo tempo em que canalizava as
mudanças do contexto político, do período das privatizações e do avanço do
neoliberalismo ao Estado de bem-estar social na virada do século XX para o XXI,
o Ìrohìn participava também de uma
recomposição da imagem das pessoas negras e do próprio conceito de raça, ao se
colocar junto aos poderes institucionais para demarcação da luta por cidadania
negra na Nova República.
Palavras-chave: Imprensa negra;
Movimentos negros contemporâneos; Nova República.