História do quilombo Carrazedo e da festividade de São José: memória e hereditariedade

Fábio José Brito dos Santos[1]

 DOI: 10.5281/zenodo.13623900



[1] Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (PPEdu/UEL), Mestre em Ciências da Religião pela Universidade do Estado do Pará (PPGCR/UEPA), quilombola paraense e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).


Resumo

Este estudo discorre sobre a historiografia do quilombo Carrazedo e sua relação com a construção de sua identidade religiosa-cultural com o catolicismo amazônico, tendo como ponto central a festividade de São José, celebrada anualmente no mês de março, essa pesquisa é parte da dissertação de mestrado em Ciências da Religião, pesquisada e defendida na Universidade do Estado do Pará – UEPA. Diante disso, traçou-se como objetivo geral compreender os aspectos históricos do quilombo Carrazedo considerando sua principal expressão religiosa. Adotou-se como metodologia uma revisão bibliográfica e pesquisa de campo, aplicando entrevistas aos sujeitos da referida comunidade. Por fim, concluiu-se que o Carrazedo obteve influência das três matrizes culturais clássicas da Amazônia, indígenas, europeus e africanos, estes por último compuseram sua cultura artística e religiosa, a qual foram se moldando com as imposições da Igreja Católica no decorrer do século XVIII. Nessa lógica, a festividade de São José surge nesse contexto étnico sem uma data específica. No entanto, o festejo colapsou nos anos 1980 devido à descida da vila, saindo da terra firme para a várzea, diante desse ocorrido, só reiniciou no início dos anos 1990 e no início dos 2000 teve sua ascensão. Quanto a esse reinício, não seria possível sem os anciões do quilombo na época, que em suas transmissões e ensinamentos contribuíram no resgate cultural da manifestação.

 

Palavras-chaves: Carrazedo; Festividade; Quilombo; História.

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