As diferentes interpretações produzidas pela historiografia econômica e social acerca da formação da economia e sociedade brasileiras, e também latinoamericanas, podem então ser reunidas em algumas linhas de interpretação. A primeira a surgir e inicialmente hegemônica foi a que propugnou a existência de um feudalismo que só seria ultrapassado pela industrialização. Rival a ela, uma outra interpretação partiu de pensadores que não enxergavam feudalismo no subcontinente e advogaram que as colônias surgiram já no contexto de um capitalismo global. Do embate entre as duas surgiram algumas tentativas de superar sinteticamente o debate, das quais destaco a contribuição de Laclau a partir da crítica da teoria marxista da dependência e a cunhagem do conceito de modo de produção escravista colonial. Mais recentemente, de um lado, criticou-se, a partir da demografia histórica, a posição "capitalista", rehabilitando parcialmente a "feudalista"; de outro procurou-se, através do conceito de capital escravista mercantil, sintetizar aquela posição à luz das contribuições da teoria do escravismo colonial. No presente artigo, resumo o pensamento de alguns autores filiados a essas difererentes posições, buscando estabelecer seus avanços e limites.
BIOGRAFIA DO AUTOR
Luccas Bernacchio Gissoni, Universidade Federal do ABC (UFABC)
Mestrando em Economia Política Mundial (UFABC). Graduado em direito (USP) e filosofia (PUC/SP).
O Marxismo e o debate sobre os modos de produção no Brasil: uma revisão da literatura
Reviewed by Escrita da História
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janeiro 07, 2024
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