Registros audiovisuais e intelectuais mediadores: continuidades históricas africanas vivenciadas pelas lideranças reinadeiras da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Samuel Pereira Avelar Júnior[1]
[1] Doutorando no Programa de Pós-Graduação
em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGH/UNIRIO).
Pesquisador do Grupo de Trabalho Emancipações e Pós-abolição em Minas Gerais.
Professor de História Escola Estadual Presidente Tancredo de Almeida Neves.
Pesquisador do projeto Passados Presentes: patrimônios e memórias negras e
afro-indígenas em Minas Gerais (CNPq). Mestre em História pela Universidade
Federal de São João del-Rei (2019 - PGHIS/UFSJ). Bacharel (2016) e Licenciado
(2016) em História pela mesma universidade. savelarjr@gmail.com
Resumo
O presente artigo tem como principal
objetivo apresentar e problematizar as formas que os grupos e lideranças do Reinado da
Região Metropolitana de Belo Horizonte se mantém nas inovações e manutenções de
suas tradições. As festas de coroações dos reis do Congo são compreendidas como
espaços políticos de resistências culturais, históricas e sociais herdeiras do
continente africano. Os registros audiovisuais são percebidos como ferramenta
de acesso analítico às continuidades históricas estabelecidas por três
lideranças representantes de distintas gerações do Reinado na região: Arthur Camilo Silvério (Os Arturos | Contagem – MG), Gentil
Lúcio de Jesus (Guarda de Congado N. Sra Rosário | Raposos – MG) e Luan Martins
(Moçambique União do Rosário | Lagoa Santa - MG). As análises são desenvolvidas
a partir da compreensão de que essas lideranças são intelectuais mediadores,
pois desenvolveram ao longo do tempo projetos políticos e sociais em suas
comunidades e, ao mesmo tempo, traduzem para diferentes públicos as sabedorias
do universo do Reinado. Por meio de interpretações específicas para pesquisas
das fontes audiovisuais, é feito o debate a respeito desses entendimentos, além
de suas potencialidades e desafios para as comunidades tradicionais,
científicas e patrimoniais.
Palavras-chaves: Reinado; Minas Gerais; Audiovisual; Cultura negra