A Abolição da Escravidão como fator de marginalização na Sociedade Brasileira atual

Leonardo de Cillo[1]

 

 DOI: 10.5281/zenodo.11636484



[1] Grupo Educacional Ibra

leonardocillo@hotmail.com


Resumo

Desde o início do processo de colonização do Brasil, o negro, trazido a este território como mão de obra escrava, desempenhou papel chave na economia extrativista e no cultivo da cana-de-açúcar. Foi também utilizado para conquista das regiões interioranas do território. Incialmente ajudou na luta contra os índios que não se submeteram ao domínio dos colonizadores e posteriormente foi envolvido em conflitos internos e externos, sempre sob a promessa de libertação. Durante o período colonial e depois no período imperial criou resistência ao sistema em forma de quilombagem e revoltas nas mais diversas épocas. A abolição da escravidão em 1888 foi bastante celebrada, pois acreditavam que através dela atingiriam seus ideais de justiça social. O que se verificou através da bibliografia consultada é que essa justiça não chegou nem com a abolição e nem com a Proclamação da República, ocorrida pouco tempo depois. Na sociedade republicana buscaram organização e representatividade através da fundação de jornais, clubes, associações, cultos religiosos próprios; todos para preservação da sua cultura, para formar a identidade das futuras gerações e para lutar pela conquista dos seus direitos. Viram essas ideias frustradas em dois períodos de grande repressão no país, que foram a ditadura Vargas e a ditadura militar, para num período de redemocratização do país, ocorrido na década de 1980, voltarem a se organizar e lutar por maior justiça social. Além da constituição federal de 1988 que equipara todos os cidadãos em direitos e deveres, outras legislações foram implementadas buscando trazer reparação histórica e facilitar aos menos favorecidos, em sua maioria afrodescendentes, o acesso a melhores condições de vida e maior justiça social. O pensamento predominante na sociedade permanece excludente e racista, no sentido de dificultar de todas as formas possíveis a criação de uma sociedade mais justa e igualitária, criando uma classe social de excluídos e menos favorecidos. A abolição da escravidão, portanto, não representou o tão pretendido alcance da cidadania dos então cativos ou mesmo dos negros já libertos. O que ocorreu foi a perpetuação do sistema de pensamento e de procedimentos que cercearam suas oportunidades. Um caminho possível para reduzir as desigualdades sociais a essa massa populacional menos favorecida é a implementação cada vez maior das chamadas ações afirmativas, além de prover educação de qualidade e igualdade de oportunidade a todos os cidadãos.

Palavras Chave: abolição. colonização. escravidão. justiça social.

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