O materialismo histórico e a escrita da História: considerações sobre E. P. Thompson e Perry Anderson
Carlos Prado[1]
Eduardo Dean Knapp[2]
[1] Doutor em História pelo PPGH-UFF e
professor do FACH-UFMS.
[2] Acadêmico do curso de História FACH-UFMS
e bolsista PIBIC-UFMS.
Resumo
O objetivo do presente artigo é apresentar
e discutir as críticas de E. P. Thompson à Louis Althusser, bem como apresentar
as considerações de Perry Anderson ao debate. A obra de Althusser e as críticas
que Thompson lançou ao filósofo francês em Miséria da teoria ou um
planetário de erros são bastante conhecidas entre os historiadores
brasileiros. Menos conhecido e difundido são as análises de Anderson. Apenas
recentemente esse texto foi traduzido e publicado no Brasil. Por conseguinte,
trata-se de uma análise que merece ser apresentada e discutida a fim de avançar
na análise das considerações de Thompson e de Anderson no debate sobre o fazer
historiográfico e o marxismo. O presente artigo está dividido em três partes.
Num primeiro momento, aborda-se as críticas de Thompson à primazia da teoria e
ao discurso anti-historicista do estruturalismo althusseriano. Na segunda parte
se discute a defesa que Thompson faz do método empírico e sua relação com os
conceitos de “agência”, “experiência” e “classe”. Por fim, apresenta-se as
críticas de Anderson, elucidando seus questionamentos sobre as elaborações de
Thompson.
Palavras-chave: E. P. Thompson; Perry Anderson; Teoria da História; Historiografia; Marxismo.